20110914

Coisa de... brasileiro?!?

Aqui começo uma sessão pra lá de saborosa.

Engraçado, morando no exterior acabei tendo curiosidade para a culinária brasileira, querendo mostrar para o povo o que nós temos de bom!
Aprendi a fazer pão-de-queijo... do zero, esquentando o óleo, o leite...

Mas daí acontece que ao apresentar produtos nossos, vêm perguntas não muito fáceis de responder.

Uma das mais intrigantes foi:


Como foi inventado o leite condensado? 




Muito bem Marina, você já se emperrou na primeira pergunta. Isso que dá querer mostrar os doces que nós temos nas festas infantis onde nos empanturramos até morrer, ou até nutrir todas as bichas do corpo!
Passei alguns minutos viajando na questão do leite fervido por horas com tanto açúcar... açúcar que vem da cana-de-açúcar, leite que concentrado dessa maneira acaba tendo uma validade muito maior, e a minha ignorante conclusão foi que em algum engenho, os escravos devem ter tentado fazer render o líquido com o produto mais abundante para eles. Pequeno detalhe que quando penso no leite condensado tenho sempre a imagem impressa do Leite Moça. Nada como uma boa publicidade!

Como de suposições e filosofias o mundo já está cheio, fui atrás da resposta. E...

O LEITE CONDENSADO É FRANCÊS!!!!




Fiquei pasma. Não sou grande expert da culinária francesa, mas não é que me vem em mente uma lista de receitas com esse ingrediente.

Então vamos aos fatos:
parte da minha teoria não estava errada. Sim, condensaram o leite para fazer ele durar muito e ocupar menos espaço. 


Tudo se deve a este homem: Nicolas Appert - francês. Através das suas experiêcnias com conservação de alimentos, Malbec (outro nome importante) resolveu aplicar ao leite em 1828. A venda logo foi espalhada pela Europa e algumas décadas mais tarde nos Estados Unidos.
Por incrível que pareça o auge do produto veio durante as guerras. Em 1880 o suíço Meyenberg aprimorou a fabricação e colocando o leite condensado em recipientes fechados sob alta pressão. Alto poder calórico, compacto e embalado em latas, ele poderia ser lançado por aviões para alimentar as tropas.

No Brasil os primeiros indícios da importação aparecem no Almanak Administrativo Mercantil e Industrial da Corte e da Província do Rio de Janeiro em 1871. Em 1876 as latinhas já estavam à venda na Bahia, e a Nestlè apareceu em 1885, apresentando o 'Leite condensado marca Barbacena, preparado por Henri Nestlè'. O nome já era consagrado por aqui com a venda do primeiro produto dele, a Farinha Láctea.

Logo, não demorou muito para fazer sucesso. Em 1921 a Nestlè resolveu saltar para o país, iniciando a fabricação tupiniquim. (Já tinham empresas brasileiras que produziam o leite condensado desde 1914).

E por que o nome Leite Moça? Porque a mocinha sempre esteve presente no rótulo da lata (já que o resto era escrito em inglês)! Então era muito mais fácil chegar na mercearia e pedir o leite da moça... A Nestlè tirou proveito disso e assim que abriu as portas no Brasil, adotou o nome! Esse era realmente esperto!



do leite Moça ao brigadeiro...

Logo, logo o leite condensado foi sendo adaptado às tradicionais receitas de doce, e em 1940 foi criado o maximus supremus BRIGADEIRO! (ou negrinho...)
Eis que voltamos ao início da questão, onde tudo começou quando a pergunta foi feita.

O brigadeiro acabou levando o nome do seu homenageado, Brigadeiro Eduardo Gomes.  Qual é a relação????
Acontece que depois do Estado Novo de Getúlio Vargas, em 1945, o então Brigadeiro Eduardo Gomes, candidato à presidência, tinha a sua campanha eleitoral patrocinada pelos fundos obtidos com um doce feito de leite condensado e chocolate. Ao doce, então uma novidade no país, foi atribuído o nome de brigadeiro.

Quem diria, a política está diretamente ligada a um dos melhores doces de festa e que com certeza marcou a infância de praticamente todas as crianças brasileiras desde então.



mmm fiquei com água na boca depois dessa... e você?




20110911

dia de Formula 1: GP de Monza.

Todo mundo sabe que a Ferrari é italiana. Marca consagrada de automóveis de corrida, esportivos de luxo. E desde muito tempo na Fórmula 1. 

Mas como ela nasceu? Por que a marca é o cavalinho em pé?

Vamos às curiosidades:

Um pouco de história primeiro...
1929
Nasce a S.A. Escuderia Ferrari, criada pelo homônimo Enzo Ferrari para ser um apoio à fabricação de carros de corrida da Alfa Romeo. Ou seja, no início não existia a própria produção de carros, mas sim o serviço de suporte.
1939
A montadora conhecida hoje, oficialmente nasceu 10 anos depois, sob o nome de Auto Avio Costruzioni, mas ainda não tinha como principal produto a fabricação de carros, e sim peças para pequenos aviões. 


primeiro modelo produzido. AAC 815.
1940
Foi produzido o primeiro automóvel - apenas 2 peças - Auto Avio Costruzioni 815, modelo spyder, desenhado juntamente com Alberto Massimino e Vittorio Bellentani. Porém não pôde ser comercializado com o nome da propria marca devido a uma cláusula contratual com a Alfa Romeo (problemas de contrato existem desde que foram criados)




1947
Depois de uma paradinha básica por causa da Segunda Guerra,  foi a vez da produção da Ferrari 125S - essa também com só duas unidades - sendo conduzida por  Franco Cortese, que entrou para a História sendo o primeiro piloto da escuderia!
1950
Estréia na Fórmula 1 no GP de Mônaco.
1965
O nome Ferrari spa veio para ficar!
1968
Entra no grupo FIAT. 



O cavalo!


O símbolo conhecido mundialmente da Ferrari nasceu um ano após a criação da Escuderia, em 1930. O cavalo, que na verdade era vermelho, pertencia ao major e piloto da aeronáutica italiana Francesco Baracca. Morto em guerra, os companheiros das forças armadas passaram a usar o preto em sinal de luto.

F. Baracca ao lado do simbolo original


Mas como ele foi parar no carro?
A mãe do major, após ver Enzo Ferrari participar de uma corrida com o seu carro - ainda sob o nome Alfa Romeo - o presenteou com o estegma, pedindo que usasse ele para trazer sorte à escuderia. 
E deu certo, na primeira corrida com o cavalo - 24 horas de Spa em 1932 - o carro de Ferrari saiu vitorioso.
Em 1945 o cavalo foi remodelado pelo milanês Elio Gerosa, tendo a cauda que antes apontava para baixo direcionada para cima, além da adição do fundo amarelo canário e das listras superiores representando a bandeira italiana. 

E por que a cor vermelha?

o vermelho na Alfa Romeo


Nos anos 20, a organização que mais tarde se transformaria na FIA, organizava as corridas automobilísticas, estabelecendo cores padrões para os carros das escuderias, de acordo com o país de origem.
A França era azul - como a Bugatti, as inglesas adotaram o verde - vede Jaguar e Lotus, as alemãs a cor branca - BMW e Porsche -  e as italianas o vermelho - Alfa Romeo, Ferrari, Maserati e Abarth.
Em 1968 a FIA decidiu retirar essa obrigação da cor, deixando as escuderias livres para escolher a cor de acordo com o sponsor. Porém a Ferrari se manteve sempre fiel ao vermelho, tornando-o levemente mais aceso. 

20110908

[turismo] eu quero o sul.

Palavra do dia: saudade dessa paisagem!

Missoes - Rio Grande do Sul, quando indios e jesuitas trabalhavam juntos.

Cataratas do Iguaçu. Nada como um pouco de mata e a força das aguas.

20110903

Do que voce realmente precisa para ser feliz?

Olá,

Começo com o primeiro post do mês de setembro pensando nas coisas reais da vida.
Acho que toda troca de estação - inverno e verão - me fazem reanalisar tudo aquilo que eu tenho, que eu quero e que eu já tive para ser feliz.
Eu sei, será um post muito filosófico, mas às vezes é bom também. 

O ser humano é muito competitivo, e o nosso sistema de hoje nos faz ser competitivos a todo o momento em todas as esferas. Consumismo, capitalismo, popularidade, etc. Todos querem ser legais, bonitos, estar na moda, serem admirados e criar tendências. Todos?

Na caixinha que eu levaria sempre comigo, para ser feliz eu levaria:


* O sol e a lua. O céu e as estrelas. Nada como uma boa paisagem e um céu limpido, com algumas nuvens de algodão para nos fazer brincar com a imaginação. Ter uma constelação com a qual você se identifique, e quando consegue vê-la no céu, ficar feliz da vida como se tivesse ganho a loteria. Ver as fases da lua e a passagem do tempo através dela, com todas as tonalidades possíveis que ela ganha refletindo a luz do sol.
* Um abraço, um afago de um amigo. Voce pode conversar e ver ele a qualquer hora. Nada como a tecnologia para ajudar: e-mail, facebook, msn, skype, sms, celular, videochamadas, etc. Mas nem ela pode tirar o gostinho de tê-los por perto, de ser espontâneo e ganhar um verdadeiro abraço. Adoro bater papo, e pessoalmente não tem comparação. Mas digo aquele papo honesto e sincero, onde cada um fala o que realmente pensa e sem joguinhos para parecer 'mais inteligente', 'mais atualizado', 'mais conhecedor do mundo'.  
* A brisa do mar, o vento da montanha. Ar puro, ar renovado, para acreditar que o futuro pode ser muito melhor.
* Cores. Colocaria todas elas na caixinha, para quando o meu dia estiver um pouco sem graça, eu poder escolher uma delas e mudar o meu humor.
* Música. Sim, amo música e uma trilha sonora (e coloco os sons da natureza nesse contexto) na vida é sempre necessária.
* Cheiros. O perfume da minha boneca Uvinha, o cheiro de chuva e terra molhada, ou de grama recém cortada. Adoro cheiros que me remetem a uma ocasião particular.
* A alegria e ingenuidade de uma criança. Ver tudo como se fosse novo e a ser descoberto, sem preconceitos, pré-julgamentos ou qualquer tipo de pré.

Engraçado, depois de mencionar os itens acima, não me vem nada de material para adicionar. 


Objetos, roupas e acessórios, espaços abertos ou fechados, públicos ou privados de qualidade, esteticamente agradáveis para os olhos mas cômodo para o nosso corpo, acabam indo para um posto secundário. 

Bom final-de-semana a todos!

Bom início de mês!