20130706

reinterpretando a história

Passados alguns dias depois de toda comoção nacional em manifestações pelo Brasil, algumas conclusões já se percebem.

1. Manifestações urbanas com um público tão variado - idade, motivações, etc - e um número tão grande realmente nos faz pensar que temos muita coisa errada no Brasil. Além de uma simples frase indignada trocada com amigos e familiares, nos faz refletir melhor. O tema ficou recorrente entre todos e em todos os meios e formas de comunicação. 

Manifestar, como o próprio termo quer dizer na sua etimologia, é tornar público. 

2. Vândalos sempre existem, e infelizmente, estão em todo o lugar. O que cansa é ver sempre um movimento pacífico terminar com a notícia de quantas coisas foram destruídas ao invés de ter o seu valor reforçado como última mensagem.

3. A polícia deve proteger o patrimônio público e também a população. Ela é formada por pessoas que enfrentam os mesmos problemas de todos, todos os dias. A instituição não deve se esquecer disso e achar que é diferente do resto.

4. Os políticos ficam ressabiados. Não diria com medo, pois tudo continua na sua normalidade para eles, a não ser receber um pouco mais de atenção da mídia sobre ALGUNS projetos de governo e ações.

5. Não podemos pensar que só com a manifestação se consegue uma grande mudança. Atenção para os resultados obtidos imediatamente, a História já mostrou que em muitos desses momentos se dá uma migalha a um povo faminto quando a verdadeira revolução que se deveria fazer fica abafada pelo acontentamento geral.

E do item 5 temos já alguns acontecimentos:

5a. Renan Calheiros - nomezinho que já tem um passado bem discutido e discutível, continua no governo como o principal representante de um dos Poderes (VERGONHA 1!) - com o uso indevido de um bem a ser utilizado apenas para fins de trabalho, pago por todos nós, que ainda se acha no direito de  pensar em pagar ou não.

5b. A nossa Presidente, que em todos os discursos nem sequer aprofundou um mindinho sobre nenhum dos assuntos expostos na manifestação (VERGONHA 2!). Criou uma realidade paralela e para não dizer que não fez nada, propôs SÓ 5 itens de um Plebiscito. Plebiscito este, que DO NADA se transformou na pauta principal (para esconder que outros argumentos tratados obscuramente?), para representar uma REFORMA POLÍTICA DISCUTIDA E ESQUECIDA HÁ MUITO. E 5 itens que não só ignoram o pedido do povo, assim como os discursos anteriores, como muda o enfoque para uma REFORMA ELEITORAL (VERGONHA 3!).

E daí vem a mais triste constatação:

A MIGALHA FOI DADA. E O POVO ESTÁ SE ACONTENTANDO.


  • O povo geral acha que está dando resultado. Reforma Eleitoral no lugar de Reforma Política. Sim, somos palhaços.
  • Rejeição da PEC (ao menos uma coisa que parece interessante).
  • A Cura Gay foi cancelada - temporariamente. (VERGONHA 4 sobre a audácia da "cura").
  • Ninguém foi condenado efetivamente, a não ser o "primeiro parlamentar que teve a condenação decretada em serviço" Natan Donadon. (VERGONHA 5 por ser só o primeiro)


Termino com apenas um pedido a mim, a todos:

MEMÓRIA!

Um povo sem memória que só reivindica não só continuará insatisfeito, como continuará votando nos mesmos.
Um país do tamanho do Brasil não se muda em 4 ou 8 anos. Exige tempo, paciência, coerência, força de vontade e memória.

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E para exemplificar todo o meu descrédito no real interesse do governo em atender o povo, replico algumas manchetes e frases da revista Veja, edição 2328. Não farei meus comentários se sou a favor ou contra do que está escrito. 


Então é no grito?

O golpe da consulta popular - O PT tenta imprimir verniz democrático à ideia, mas o objetivo de plebiscito é dar mais dinheiro ao partido e instituir o voto de cabresto.

 Não é que funciona mesmo? Em poucos dias, os protestos conseguiram a façanha inédita de fazer o Congresso aprovar projetos contra a corrupção, os governos reduzirem tarifas e o Judiciário mandar um político para a cadeia. O grito dos manifestantes acordou os três poderes.

O congresso pega no tranco - Lei mais dura contra a corrupção, fim do voto secreto, cassação imediata de deputado preso, rejeição da PEC que limitava os poderes do Ministério Público...
O dilema Rousseff - A verdadeira sabedoria de um governante não está em fazer a coisa certa, mas em saber o que é certo fazer. A presidente Dilma sabe o que é certo, mas optou pelo errado para não brigar de vez com seu partido, o PT.


 Em quem eles vão votar?


O fim do resto 



Quem quer que tire as suas conclusões. A minha eu já tenho e nem por isso fico satisfeita em permanecer com ela.

20130605

Por uma vida em duas rodas

Eis que surgiu um assunto que me interessou. Aleatoriamente, duas matérias que falam sobre: BICICLETAS.
 
Digamos que o nosso estilo de vida no Brasil tem muito ainda a ser aprimorado. Urbanisticamente falando, além das inúmeras iniciativas que os governos deveriam propor e aplicar sabiamente, a educação geral da população também deve ser desenvolvida.
 
Como?
 
De repente se propor a usar menos o automóvel, usar mais os meios públicos, caminhar mais, observar mais a cidade onde vive, o bairro e entre isso, andar de bicicleta.
 
Não quero entrar no mérito das poucas ciclovias, da falta de segurança, tudo o que a instância pública peca aos cidadãos. Sou tremendamente contra o descaso que o Urbanismo teve e tem no nosso país. Não existe nada mais belo do que poder usar a cidade amplamente, os seus espaços, as suas ruas, vivê-la intensamente.
 
Hoje o assunto é diretamente aplicado à bicicleta.
 
Quem viveu na infância dos anos 80 e 90 nunca escutou os bordões sobre a Caloi? Querendo ou não, a bicicleta era muito difundida aos pequenos e pouco usada como locomoção dos adultos.
 
Essa realidade vem mudando aos poucos.
 
Alguns dias atrás vi uma matéria na TV sobre "bikerboys" (desculpem qualquer erro, criei esse termo), um grupo de pessoas que assim como os motoboys, se encarrega de levar encomendas pela cidade de Porto Alegre, de bicicleta. Vários argumentos positivos foram expostos sobre a modalidade de leva e traz e todos os que trabalham nisso acreditam e se sentem realizados.
 
Tendo vivido bons 5 anos na Itália, onde o bike sharing começou há pouco mais de 2 anos e onde a bicicleta serve para transporte a curtas e médias distâncias com pessoas engravatadas, mulheres de salto e estudantes, alguns modelos se destacam na cultura deles.
 
Um deles é a bicicleta Graziella.
 
Um verdadeiro cult que fez história: original em 1964 pelo desenho de Rinaldo Bonzelli, hoje ela volta para reforçar o momento do retorno ao utilizo da bicicleta como meio de transporte -acrescentando as vantagens de que faz bem à saúde e à carteira. A característica atual é que as duas rodas da nova versão são ecológicas.
O modelo continua prático, robusto e dobrável, e por esta última característica, de fácil transportabilidade, entrando em qualquer porta-malas.
 
La Graziella
as três cores disponíveis na reedição, 48 anos depois

Brigitte Bardot e a sua Graziella nos anos 60.
Eis porque a versão branca recebeu o seu nome

Salvador Dalì também tinha a sua.
O seu nome agora representa o tom azul.

 

o logo original

o novo logo, versão 2013.





ELK - Oad Wood Bike Hanger

E não são só os modelos de bicicletas que ganham vantagem. Muitos acessórios estão sendo desenvolvidos para dar mais praticidade e também design à função.
Um deles é o suporte em madeira, de linhas simples, mas bonito para fixar a bicicleta em destaque.

 Gostei!
 

O modelo ELK em madeira é fabricado pela Woodstick

Mais detalhes você encontra aqui.
 
 
 
 

20130227

Susan Kare: a pioneira da pixel art da Apple

Sem movimento feminista predominando, se olharmos ao longo da história, as mulheres já fizeram muito mas tem ainda muito mais a fazer. Principalmente em termos de deixar seus nomes marcados. 
Algumas das que agora entraram para o rol da História já foram citadas ao longo dos posts escritos, como por exemplo a Elsa Schiaparelli e a Lina Bo Bardi

Surge agora mais uma. Porém, muito mais presente nas nossas vidas. Na minha em particular, todo santo dia me deparo e faço uso das suas criações sem nunca ter pensado que alguém um dia desenvolveu aquilo. 
Pois é, somos um povo relativamente sem memória e interesse para sabermos como chegamos até aqui. Ainda mais nos dias de hoje, com toda a fúria da pressa existencial. Pois bem, as criações de Susan Kare nos ajudam a dar agilidade no nosso dia-a-dia informático.

Susan Kare, hoje.


Anos 80, computação:

Quando o DOS dominava os computadores, surge a Apple com os primeiros computadores Macintosh. Steve Jobs, fascinado pela interface gráfica da Xerox, começou a desenvolver a sua. 

A forma de utilizar símbolos para comunicar signficados entre homens e máquinas teve seu início. O que poucos sabem é que os ícones do Mac foram inventados por Susan Kare. Sim, nos anos 80 já existia uma mulher "nerd".

Começa então a pixel art. 

Susan foi por muito tempo Diretora Criativa da Apple, sendo autora dos mais notáveis ícones do Mac. O cursor em forma de mão, símbolo da tecla 'Command', o 'Happy Mac' que aparecia na inicialização do computador, saudando o usuário, que teve posteriormente a sua versão melhorada para uma colorida a 8-bits...

ícones desenvolvidos para o Mac

ícones desenvolvidos para a Microsoft


O livro.

Há pouco tempo, Susan Kare publicou o seu caderno de notas, utilizado no período da criação dos ícones com os primeiros protótipos esboçados, enquanto se dedicava também ao desenvolvimento das fontes Chicago e Georgia. Cada quadrado do caderno representava um pixel da tela do computador. Os ícones hoje em dia tão usados dos comandos 'Copia', 'Cola', 'Recorta', 'Preenche', 'Arrasta', 'Lixeira' então nasceram com toda a simplicidade plena de significados intuitivos e universais.



os primeiros 'pixels' no papel





Hoje.

Perguntando a Susan hoje em dia, o que ela acharia 30 anos atrás da herança que poderia deixar ao mundo da computação, ela responde: 'Você pode pensar em criar um quadro, mas não pode esperar em criar uma obra de arte. Você deve simplesmente dar o seu máximo e se tiver sorte, alguém entenderá a mensagem.'

algumas das fontes criadas por Susan

e quem nunca jogou Solitaire?!?


Com certeza, Susan Kare faz parte das nossas vidas.

Agora, você vai lembrar dela quando ligar o computador?



Fontes:
www.bigodino.it
www.kare.com
www.kareprints.com

20130219

palavra cruzada: passatempo "moderno"?

Dentre tantas dúvidas que me acometem sobre as coisas normais e diárias da vida (sim, com certeza tenho um quê elevado de loucura), uma questão está sempre presente: A ORIGEM!

Não estou falando de nada cinematográfico. Falo simplesmente da origem, de palavras, conceitos, hábitos, coisas, etc. O tema, sobre como surgiram algumas coisas e como estamos acostumados com elas do jeito que são, já foi abordado algumas vezes, como quando escrevi sobre o leite condensado, as famosas estampas gráficas de tecidos, pré-conceitos e preconceitos a que somos habituados.

Fato é que hoje, após algumas centenas de noites e milhares de horas passadas com este hobby, me veio a pergunta: 

MAS COMO SURGIRAM AS PALAVRAS CRUZADAS?


Ainda bem que o mundo da internet é mais amplo que o Almanaque Abril (lembram dele?). Procurando rapidamente entre blogs e matérias de pessoas que já se impuseram a pergunta - não tenho a pretensão de ter sido a primeira a questionar algo tão banal - além da boa e "velha" Wikipedia, eis o material mais interessante que reuni:

1. A origem é EGÍPCIA! Data de mais de 3.000 anos o resquício mais antigo da palavra cruzada. Que tempos modernos o que...



2. No século IV a.C. os Romanos jogavam o laterculus que constituíam os palíndromos. O vestígio mais antigo vem de Pompéia, a cidade que ficou por séculos escondida sob a lava do Vesúvio...

Hein? Laterculus era o nome da brincadeira, um jogo estilo palavra-cruzada que formava palavras que podiam ser lidas em qualquer sentido: vertical, horizontal, frente para trás, de trás para a frente. 


3. A versão moderna foi reproduzida no jornal New York World em 22 de dezembro de 1913. Arthur Wynne teve como tarefa, sendo responsável pela seção Entretenimento, de criar um passatempo para a edição dominical.

Wynne remodelou o laterculus, acrescendo as dicas em um diagrama na forma de losango, ao invés de fornecer as palavras. Não demorou 10 anos para a moda invadir jornais do continente europeu.

Hoje em dia, todo jornal que se preze tem a sua página com a palavra-cruzada proposta ao leitor. 


 A PALAVRA-CRUZADA EM TERMOS


Quem faz-elabora a palavra-cruzada? O cruciverbalista! 
Porque o termo? Tendo morado por quase 5 anos na Itália, o termo cruciverbalismo não me parece nada estranho: a origem dele é latina. Palavra-cruzada em italiano é cruciverba. Cruci = cruz Verba = palavra, termo, verbo. E é muito divertido de fazer ela também em italiano! 

Quem faz-completa a palavra-cruzada? O cruzadista!
Confesso, sou uma cruzadista viciada, com a certeza de que não sou a única.

CURIOSIDADES DAS PALAVRAS-CRUZADAS


Durante a Segunda Guerra Mundial, foi recrutado um time de experts cruciverbalistas pelo exército britânico. O objetivo era ajudar a decifrar códigos.

No Brasil, eu considero a Coquetel como a principal revista deste passatempo. Mas alguns nomes de cruciverbalistas brasileiros valem ser citados:
Júlio Moncorvo
Euro Oscar
Maria Juncker Rivellino

Uma pena que poucos autores se dedicam ao passatempo... Fica a dica! 





Fonte:
www.mundoestranho.abril.com.br - (o almanaque abril moderno!)
vidadeumaborderline.blogspot.com.br
www.wikipedia.org

20130129

Santa Maria, RS, 27 janeiro de 2013.

Apesar de toda a cobertura da mídia - canais televisivos, jornais, sites, blogs, redes sociais - ainda não absorvi o que aconteceu.

A vontade é de chorar, chorar por tudo, obviamente pelos mortos, pelos feridos em estado grave, por todos aqueles que passaram pelo momento de pânico e agora gozam da companhia da família, pelos parentes de todos, pelas vidas que tinham ainda um bom pedaço de chão a percorrer, pelos amigos, pelo silêncio nas salas de aula, pela falta... falta de sorrisos, falta de abraços, falta. 

A cada matéria que vejo, leio, escuto, mais um pequeno detalhe vai se unindo ao todo, e mais insuportável fica pensar sobre o assunto.

Culpados. Procuram-se os culpados. 

Quer saber o que penso?  
Mas se quiser mesmo, peço a gentileza de acompanhar até o fim o texto. O que não suporto é quando se retira um trecho que está muito bem inserido no todo.

TODOS SÃO CULPADOS E TODOS SÃO VÍTIMAS DA PRÓPRIA IGNORÂNCIA. 

De uma forma ou de outra. Proprietário da casa noturna, funcionários, o Corpo de Bombeiros, cantores e profissionais do entretenimento, governo municipal, estadual e federal, poder judiciário, o público.

Não se preocupem, vou listar o porquê dessa minha acusação, onde me coloco também, como profissional e como ser humano.

1. Proprietário da casa noturna: a vontade e a ganância de ganhar o máximo que se pode com pouco esforço é o mote do mundo capitalista em que vivemos. Todos, se já não fizeram isso, um dia farão algo para isto. Lotar um espaço com mais do que a capacidade "permitida"é inconsequência. E ignorância, pensar que não vai acontecer nada. Uma multidão é capaz de tudo e pode ser incontrolável. Só quando você tem o controle psicológico sobre uma civilização se consegue dominá-la sem que esta pense que pode se rebelar, afinal são milhares contra poucos.

2. Funcionários: a falta de preparo para lidar com diversas situações. Não que a culpa seja diretamente deles, na maior parte das vezes a boa vontade existe mas a culpa é indireta. Recai sobre eles, tanto que a mídia por diversas vezes mencionou o fato deles terem bloqueado a saída, etc. Afinal, não é todo dia que uma danceteria pega fogo, mas é todo dia que alguém vai tentar sair sem pagar. Aposto. O contato direto com o público exige um mínimo de preparo. O segurança que foi tentar apagar o fogo com o extintor e este não funcionou, provavelmente foi uma vítima do sistema. Afinal, se você não se aventurou pegando um extintor na sua vida, mesmo se proibido, para brincar com ele, quando é que você teria tido a oportunidade de saber como o mesmo funciona?

3. O Corpo de Bombeiros: antes de jogar a pedra, leia com atenção o que vai ser escrito a seguir. HONRA AO MÉRITO ÀQUELES QUE FORAM SOCORRER AS VÍTIMAS. Os bombeiros que lá estiveram antes de mais nada são seres humanos, com famílias, e com certeza nenhum deles deixou de se sensibilizar como um público em geral, mas antes de mais nada fizeram o papel deles. A minha crítica cabe às exigências e consequentes fiscalizações. O que custa preparar uma legislação, antes de mais nada fácil de ser entendida e portanto aplicada, que pense em absolutamente TODAS as situações? Não adianta agora olhar para o que foi feito nos Estados Unidos 10 anos atrás. O uso do sprinkler deveria ser obrigatório em todos os tipos de construções onde se abriga uma multidão ao mesmo tempo. Experiência própria: em Estocolmo, Suécia, enquanto eu estava em uma danceteria me divertindo, o sistema de sprinklers foi acionado porque uma aniversariante acendeu um isqueiro. Simples: todo mundo para fora do lugar. O pessoal da casa noturna? Preparados, orientando a todos a saída. Menos mal que tudo não passou de um excesso de prevenção. Os bombeiros chegaram, analisaram todo o lugar e depois disso, terminou a festa, óbvio Por que não podemos ter esse tipo de comportamento?

4. Cantores e profissionais de entretenimento: quantos destes se preocupam com o fato de que estão cantando para uma multidão e que qualquer ato impensado pode gerar uma tragédia como esta? Quem inventou que está na moda show pirotécnico e quando vê algum profissional da área passa a imitar pensando que é tudo muito simples? Faísca não gera fogo? Ah, gera, mas com os outros... Com você não. Mais um pensamento que precisamos mudar. Comigo também pode virar fogo, chamas, labaredas e fumaça.

5. Governos: Municipal, Estadual e Federal: está na hora de todos sentarem e pensarem com responsabilidade no cargo que eles ocupam. Administrar uma nação, seja cidade, estado ou país não é só esperar o pior e depois que isso acontecer dar entrevistas. PREVENÇÃO e FISCALIZAÇÃO somados à SERIEDADE e COMPROMETIMENTO do cargo que estão exercendo são as palavras-chave. Quantas normas, leis e recomendações existem, algumas a níveis nacionais, outras regionais, mas são coesas? Elas dialogam entre si? Se complementam? Existe uma ideia para quaisquer das perguntas anteriores? Como arquiteta posso dizer que muitas vezes falta seriedade no momento de se analisar um Projeto de Arquitetura. Desde uma legislação mal escrita, tantas vezes para confundir, quanto um controle com benefícios a uns enquanto outros... Se você tem um emprego público, antes de mais nada esqueça favorecimentos pessoais ou familiares, esqueça o indivíduo que você é, com desavenças para com alguns, FAÇA O SEU TRABALHO. Difícil? Parece... Mas depois, encha os olhos de lágrimas, não duvido que elas não sejam verdadeiras, às vezes o lado humano prevalece, fale palavras diplomáticas mas sobretudo, FAÇA, HAJA! O povo depende de você. 

6. Poder Judiciário: aqui peca pela falta de COBRANÇA. Admito, não conheço todos os passos e entraves que possam existir entre os Poderes. Mas se estamos falando de justiça, se deve COBRAR leis mais completas, acessíveis, se deve COBRAR um envolvimento honesto e ainda mais se deve JULGAR com imparcialidade, mas se deve ser justo, com todos. No momento em que isso não acontece, se gera desconfiança, vingança e outros tantos sentimentos e ressentimentos que terão uma consequência.

7. O público: sim, eu sei, muitos morreram, muitos outros estão ainda hospitalizados e todos estão traumatizados com o acontecido. Não são todos que se encaixam na crítica que estou por fazer. A maior delas é a leviandade. Leviandade de ir a um lugar lotado - é festa, o que eu estou falando afinal? - e não se informar sobre possíveis saídas de emergência. Afinal, eu, você, quem vai a uma danceteria vai para se divertir, não para pensar em tragédias. A LEVIANDADE VEM DA EDUCAÇÃO. Aprendemos a ser assim porque todos são assim e assim parece ser o correto. Uma jovem que foi entrevistada mencionou que ela sempre se lembra do pai quando este pede para olhar onde fica a saída de emergência. Quantos pais dão este conselho? E quantos filhos entendem a gravidade e importância que está por trás desse "ingênuo" pedido?  MEA CULPA. Muitas vezes eu sou leviana sim, não posso dizer que toda hora olho ao redor para pensar: para onde vou se o mundo acabar. Mas talvez porque sou arquiteta, pensamentos e observações acontecem. Principalmente do tipo: essa estrutura aguenta todo esse povo pulando (quando começa a tremer o lugar, olho desesperadamente ao redor procurando informações sobre a estrutura, vigas e pilares, onde vocês estão?). E o público em si, que desesperado em salvar a própria pele, passam por cima de outros caídos? O instinto de sobrevivência é maior, com certeza, tanto que esquecemos que existem outros iguais a nós sendo massacrados, pisoteados, mais desesperados que aqueles que correm, porque eles sabem que uma vez caídos por terra, a chance de sobreviver é nula. A não ser que algum herói, sim, HERÓI, porque deixa o lado animal do instinto de lado, volte para salvar outros que não conseguem mais sair por conta própria. Este herói é sim um ser superior. Alguns deles não resistiram...

Fica a dor. O vazio. A falta. 
E pior de tudo, a sensação de que não era necessária esta tragédia.

Conclusões:

O ser humano não está preparado psicologicamente para tragédias. FATO. 
Muito menos para se preparar para o pior. 
Algumas civilizações um pouco mais, outras menos mas ninguém quer perder tempo com preocupações "desnecessárias" ou hipóteses praticamente improváveis. 
Esquecem que muitas vezes que improvável não quer dizer impossível.
Preguiça. Inimiga número 1 da ignorância. Se você não sabe, procure se informar. Quem perde tempo o tempo todo buscando isso? Dá para contar nos dedos. 
Não esperar uma tragédia para então rever leis, normas e obrigações. 
E que estas sejam severamente fiscalizadas.

Esperanças:

Que todos nós sejamos melhores. Eu, você, todo mundo.
Que este momento sirva para reflexão.
E que não fique só na reflexão. Precisamos externar isto.
Respeitar o próximo.

ABSORVER. PENSAR. ELABORAR. AGIR. FAZER.

Nesta ordem: agir sem pensar só vai tapar o buraco. Como sempre foi feito.

E que o sentimento esteja em todas as etapas e em todos os momentos.

Temos tantos neurônios, coloquemo-os a trabalhar, mas que seja para o BEM de todos!

 

20130121

Louca, louquinha... pelo meu apartamento!

Como sempre, sumida, continuo peregrinando na internet em busca de ideias, novidades, coisas interessantes que possam ser agregadas ao meu dia-a-dia, com direito ao desabafo sobre o que se coloca na rede hoje em dia, como já escrevi aqui - opinião essa que infelizmente não tive a oportunidade de mudar - com 2013 recém começado e a obra do meu apartamento que atravessou as festas de Natal e fim de ano e que - espero de coração - não atravesse o Carnaval!!!

Sim, o cronograma de uma obra dificilmente é respeitado até o fim. Ainda mais quando não se está geograficamente na mesma cidade para acompanhar o andamento dos serviços. Isto tudo sem pensar na grande probabilidade - mesmo quando é pequena se concretiza como certeza - de aparecerem problemas ou novos desafios até então não previstos.
Como arquiteta, não posso dizer que faltou um desenvolvimento de projeto. Estava tudo pensado, levantamento feito, pontos elétricos, hidráulicos e materiais catalogados. Eis que começa então a fase: quebra a parede, retira o piso na cozinha, azulejos e carpete. Na sala se descobre que...
COLARAM LAMINADO SOBRE 
O PARQUET DE MADEIRA!!!!!!!!!


What?!?
Sim minha gente... Por causa de um problema de hidráulica - a tubulação de água quente que atravessa a sala, indo da cozinha ao banheiro teve que ser trocada - uma pequena faixa dos miniparquets foi retirada. E ao invés de comprarem o menos de 1m² que necessitavam para recolocar, optaram por instalar um laminado bagaceiro colado sobre o piso de madeira.

Senhor, perdoai-os, eles não sabem o que fizeram!

Pois bem, este era apenas um dos percalces que a obra enfrentou. Diria mais, esse foi o mais FELIZ dos percalces! Vou ter um lindíssimo parquet rajado de madeira ipê na minha sala!! Detalhe: não é um parquet comum, mas um mini parquet... São módulos de 5 unidades em 12x12cm dispostos na formação de dama.
LINDO!
Ainda não posso mostrar uma foto pois nestas semanas o piso está sendo lixado: o parquet novo (tacos de ipê 7x42cm) nos quartos onde antes tinha o (blargh) carpete e o nosso histórico e resistente miniparquet da sala.

Pois bem, enquanto não posso entrar no apartamento, a mente viaja nas ondas da internet à procura de inspirações... Tem tanta coisa que eu gostaria de fazer! Mas, o melhor é estar instalada no apartamento para sentir a energia dele e dali tirar partido para a arquitetura de interiores!

Vão aí algumas imagens que me inspiram e espero que inspire também a segunda-feira de todos!


ok, sei que não tenho um pé-direito duplo, mas AMO essa sala!
não tem nada demais, piso de madeira, simplicidade e cara de casa!
E agora, uma sequência do design sueco. AMO!





fonte:
home-designing.com